Hospitais adotam novo modelo de remuneração
Objetivo, segundo a ANS, é adotar melhores práticas de gestão, tanto em hospitais como em planos de saúde. Para tanto, instituições deverão passar por uma remodelação no processo de gestão
Da Redação
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e representantes dos hospitais e planos de saúde assinaram, nesta quinta-feira (06), um acordo para adoção de novos modelos de remuneração de atendimentos aos clientes de planos de saúde. A intenção é adotar melhores práticas de gestão, tanto em hospitais como em planos de saúde.
Denominado “conta aberta por unidade de serviço” (fee-for-service), o atual modelo de remuneração em hospitais detalha cada item na internação do paciente na conta, após um processo de faturamento em que profissionais de saúde contratados pelo hospital analisam a internação. Nesse modelo, os planos de saúde também têm grandes equipes contratadas para rever as contas e discutir valores e quantidades cobrados.
Já no novo modelo proposto, o peso administrativo é menor, pois os itens frequentes em uma internação passarão a ser cobrados de forma agrupada. Ou seja, serviços como os de enfermagem, administrativos e também os recursos físicos (como móveis, instrumentais cirúrgicos, utilização de salas, materiais descartáveis, entre outros) serão cobrados como se fossem um único item na conta hospitalar.
O objetivo, segundo a ANS, é fazer com que os hospitais passem a oferecer produtos completos aos planos de saúde. Uma cirurgia, passará a ser um único item na conta da instituição, e já contemplaria todo o período de internação do paciente, assim como os recursos humanos e físicos.
Para tanto, os hospitais precisarão reformular os protocolos - espécie de roteiro médico, com a relação dos materiais, exames e recursos necessários para realização do atendimento ao paciente - e diretrizes relacionados a cada tipo de procedimento.
Para adotar o novo modelo, os hospitais e operadoras precisarão de uma remodelação no processo de trabalho e gestão, com atenção especial na melhoria da assistência aos clientes de planos de saúde. A proposta inicial é que a adoção seja voluntária, mas a ANS já está estudando formas de indução, caso necessário, para maior aderência ao modelo proposto.
Segundo Bruno Sobral de Carvalho, diretor de desenvolvimento setorial da ANS, a proposta inicial é que a adoção seja voluntária, mas a ANS já está estudando formas de indução, caso necessário, para maior aderência ao modelo proposto. “O principal ganho nesse momento é que a ANS passa a oferecer ao setor um conjunto de referências e conceitos técnicos que, por terem sido pré-acordado por todos, possibilita a adoção do novo modelo de forma mais rápida e com um menor custo de construção de consenso reduzindo assim a necessidade dessa discussão caso a caso entre operadoras e hospitais”, disse.
Para o desenvolvimento da proposta, a ANS coordenou um Grupo de Trabalho composto por membros dos hospitais (Associação Nacional dos Hospitais Privados – ANAHP; Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas – CMB; Confederação Nacional de Saúde – CNS; e Federação Brasileira de Hospitais – FBH) e dos planos de saúde (Associação Brasileira de Medicina de Grupo – ABRAMGE; Federação Nacional de Saúde Suplementar – FENASAÚDE; União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde – UNIDAS e UNIMED do Brasil – UNIMED).
Abaixo é possível ter acesso aos documentos técnicos produzidos pelo Grupo de Trabalho:
*Com informações da ANS.