Logimed rompe contrato com Santa Casa de São Paulo
Empresa terceirizada responsável pela compra de medicamentos e materiais alega que a entidade deixou de pagar R$ 79 milhões nos últimos meses
Da redação
A Logimed, empresa terceirizada responsável pela compra de medicamentos e materiais da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, suspendeu o contrato com a entidade na última quarta-feira (07). A empresa afirma ter acumulado dívida de R$ 11 milhões com seus fornecedores por causa do débito da filantrópica. As informações são do Estado de S. Paulo.
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"A rescisão do contrato se fez necessária diante da impossibilidade de a companhia seguir com sua operação sem receber daquela instituição", diz trecho da nota divulgada. A Logimed diz ainda que a suspensão do contrato tem respaldo de cláusula que "prevê o encerramento do serviço em casa de não recebimento por três meses consecutivos".
Além disso, a Logimed afirma que tem faturas vencidas e não pagas desde julho de 2014 e que "tomará todas as medidas necessárias" para receber o crédito devido pela Santa Casa. Com a suspensão do contrato, 148 funcionários que atuam dentro da instituição filantrópica cumprirão aviso prévio por um mês, até a demissão.
Procurada, a filantrópica informou que vai internalizar todas as atividades que eram de responsabilidade da Logimed. A diretoria farmacêutica da entidade terá a atribuição de comprar, armazenar e distribuir medicamentos e materiais para o Hospital Central e para as unidades de saúde municipais de São Paulo e Guarulhos, administradas pela Santa Casa por meio de convênios.
Sobrepreço - Auditoria realizada nas finanças da Santa Casa, a pedido da Secretaria Estadual da Saúde, apontou sobrepreço em alguns produtos no contrato da Logimed. Um ex-funcionário da entidade também apontou a falha ao Ministério Público Estadual (MPE).
Na ocasião, a empresa disse repudiar as denúncias de "prática de superfaturamento". A logimed disse ainda que "sua operação cumpriu rigorosamente o escopo contratado pela Santa Casa".