MP pede quebra de sigilo pessoas ligadas à Santa Casa de SP
Promotoria vê indícios de tráfico de influência, nepotismo, enriquecimento ilícito e contratação irregular envolvendo exgestores do hospital
Estado de S. Paulo
São Paulo O Ministério Público Estadual (MPE) pediu, nesta terça-feira (14), a quebra dos sigilos bancário, fiscal e dos cartões de crédito de 22 pessoas, físicas e jurídicas, ligadas à Santa Casa de São Paulo. As informações são do Estado de S. Paulo.
De acordo com reportagem do jornal SPTV, ligado à TV Globo, a Promotoria percebeu fortes indícios de tráfico de influência, nepotismo, enriquecimento ilícito e contratação irregular de serviços envolvendo pessoas ligadas à unidade filantrópica. Entre os alvos da queda de sigilo estão o provedorlicenciado Kalil Rocha Abdalla, sua esposa e filho.
A direção da Santa Casa de São Paulo disse que está à disposição das autoridades, mas informou que ainda não foi notificada sobre a medida. Abdalla ainda não se pronunciou.
Em setembro de 2014, a Santa Casa de São Paulo divulgou que devia R$ 433 milhões a bancos e fornecedores. No mês de julho, a unidade fechou o prontosocorro por 30 horas devido à falta de recursos na compra de materiais e medicamentos. Uma auditoria externa realizada pela Secretaria Estadual da Saúde apontou que a dívida chega a R$ 773 milhões.
De acordo com o SPTV, os promotores alegam que, entre 2009 e 2014, a unidade recebeu dos cofres públicos mais recursos do que gastou com pacientes e o endividamento da instituição só cresceu no período, o que levanta suspeita sobre desvio de dinheiro dentro do hospital.