O crescimento do número de pessoas com acesso à saúde privada, sobretudo por meio de convênios médicos, impulsionou a indústria de equipamentos hospitalares e odontológicos do país. As informações são do jornal "Folha de S. Paulo".
Segundo um estudo da Abimo, a estimativa é que, até 2015, 28 fábricas devem começar a operar no Brasil. Apenas duas multinacionais pretendem investir R$ 152 milhões.
A indústria médico-hospitalar lidera o crescimento numa área em que mais da metade dos setores apresentou queda nos quatro primeiros meses do ano. O crescimento foi de 7,8% enquanto a indústria em geral registrou queda de 2,8%.
No ano passado, segundo a Abimo, o crescimento do setor foi de 17%, com um faturamento de R$ 9,87 bilhões. O consenso no setor é de que o consumo maior, impulsionado pela nova classe C, é o que tem mantido esse bom momento.
"Depois da casa própria, o cidadão quer ter saúde", diz Carlos Alberto Goulart, presidente-executivo da Abimed.
O número de beneficiários de planos médicos e odontológicos no Brasil cresceu 50% em sete anos e atingiu 47,6 milhões em 2011.
Investimentos - A Siemens, por exemplo, vai investir este ano R$ 50 milhões numa fábrica de equipamentos como ressonância e tomografia em Santa Catarina, na cidade de Joinville.
Em Contagem, Minas gerais, a GE iniciou no ano passado a produção local de equipamentos de diagnóstico, incluindo um tomógrafo mais elaborado, usado na detecção precoce de doenças como câncer. O investimento previsto é de US$ 50 milhões (R$ 102 milhões) em até dez anos.
Demanda - As duas multinacionais acreditam que há espaço para crescer até dois dígitos. "Há cliente no Nordeste trabalhando sábado e domingo para atender a demanda de exames", disse Rogério Patrus, presidente da GE Healthcare na América Latina.
A nacionalização da produção também é uma estratégia para a venda com incentivos. O BNDES, por exemplo, tem uma linha com juros reduzidos, prazo longo e carência para a compra de maquinário feito no Brasil.