Depois de realizar 18 aquisições em uma década - incluindo a compra de sua principal concorrente, a Medial -, a operadora de planos de saúde Amil está com o foco voltado para o crescimento orgânico. As informações são do jornal "Valor Econômico".
"Nosso foco é o crescimento orgânico com rentabilidade. Quanto às aquisições, se encontrarmos uma oportunidade interessante, vamos avaliar", disse Erwin Kleuser, diretor corporativo e de relações com investidores da Amil.
A rentabilidade tem sido a prioridade da operadora, que no primeiro semestre somou 5,8 milhões na sua carteira de clientes, aumento de 5,6% em relação ao ano passado. Nesse semestre a companhia preferiu perder 241 mil clientes de planos corporativos do que arcar com o prejuízo.
"Eram beneficiários de operadoras que adquirimos no ano passado. Tentamos renegociar os contratos, mas não houve acordo e eles estavam mal precificados", explicou o executivo. A Amil comprou em 2011 as operadoras Excelsior, com forte atuação no Nordeste, e Lincx, voltada para o público premium, que demandaram recursos de R$ 220 milhões.
Entre janeiro e março, a receita líquida da empresa somou R$ 2,4 bilhões. O número representa um crescimento orgânico de 13% e 19% considerando as aquisições, na comparação com o mesmo período de 2011. O lucro líquido da companhia aumentou 14%, para R$ 88,4 milhões.
Aquisições - Além das operadoras, a Amil comprou o Hospital Samaritano, no Rio de Janeiro, também no ano passado. A Amil é dona de uma expressiva carteira com 22 hospitais situados em várias regiões do país. Com isso, a operadora consegue administrar melhor sua taxa de sinistralidade, uma vez que controla diretamente as despesas médicas.
Investimentos - A companhia prevê investimentos da ordem de R$ 250 milhões para crescimento orgânico e outros R$ 217 milhões para pagamento de aquisições realizadas. A companhia deve R$ 1,3 bilhão, mas 90% do endividamento é de longo prazo.
Atualmente, as atenções estão voltadas para a construção de dois hospitais. O Hospital das América, no Rio, com 500 leitos, e o TotalCor, em São Paulo, com 200 leitos, demandam investimentos de cerca de R$ 550 milhões.