Um estudo feito nos Estados Unidos mostrou que as complicações de saúde causadas pelo tabagismo após um procedimento cirúrgico contribuem para um aumento significativo dos gastos dos hospitais. As informações são da revista "VEJA".
O levantamento estima que 30% de todos os pacientes que precisam passar por procedimento cirúrgico sejam fumantes. O estudo chegou à conclusão que os gastos com pacientes fumantes eram maiores do que com não-fumantes, e o aumento dos custos se deveu principalmente a problemas respiratórios causados pelo tabagismo.
Os resultados indicaram que os gastos totais de internação foram 4% maiores quando o paciente era fumante em comparação com pacientes que nunca haviam fumado — porcentagem que se traduziu em cerca de 900 reais a mais para cada pessoa que passou por um procedimento cirúrgico. Quando a complexidade da operação era maior, essa diferença aumentou para 6%.
"Embora nossa pesquisa não aborde diretamente essa questão, as evidências sugerem que parar de fumar antes de uma operação, mesmo de quatro a seis semanas antes do procedimento, melhora os resultados pós-operatórios e diminui as complicações nos pacientes", afirma Aparna Kamath, coordenadora do estudo e professora da Universidade de Iowa.
No Brasil, uma pesquisa feita em 2010 na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) mostrou que, em 2005, 27,6% dos gastos do Sistema Único de Saúde (SUS) com procedimentos relacionados ao câncer e a doenças do aparelho circulatório e respiratório estavam relacionados ao tabagismo. Esse número se traduziu, naquele ano, em quase 340 milhões de reais.