Ex-São Luiz assume liderança do Beneficência Portuguesa
Denise Santos é a nova CEO do grupo hospitalar e primeira executiva sem ligações com as empresas da família Ermírio de Moraes. Outros três executivos de mercado chegarão e quatro novas superintendências serão criadas
Valor Econômico
Logo após a Rede D'Or São Luiz anunciar a contratação de um novo presidente, o grupo hospitalar Beneficência Portuguesa, comandado pela família Ermírio de Moraes, seguiu pelo mesmo caminho e contratou a ex-presidente do São Luiz, Denise Santos, para o cargo de CEO. Denise é a primeira executiva sem ligações com as empresas da família Ermírio de Moraes a ocupar um posto de liderança na Beneficência Portuguesa. Nos últimos quatro anos, o superintendente do hospital foi Luiz Koiti, ex- Tivit. Antes disso, durante cerca de duas décadas, Julio Yonamine, braço direito de Antônio Ermírio, foi o gerente-geral.
De acordo com Denise, outros três executivos de mercado chegarão e quatro novas superintendências serão criadas. A executiva negociou diretamente a sua nova posição, nos últimos três meses, com Rubens de Moraes, presidente da diretoria administrativa do grupo hospitalar. Denise foi a principal executiva do São Luiz, entre 2009 e 2011. Cumpriu quarentena de um ano fora do setor de hospitais. Nesse intervalo, passou pelo grupo de mídia RBS, onde liderou o processo de venda do Canal Rural para o frigorífico JBS, e, recentemente, pela empresa de call center Teleperformance.
O principal desafio de da gestora à frente da Beneficência Portuguesa gira em torno dos procedimentos médicos do Sistema Único de Saúde (SUS), que representam 60% dos atendimentos e têm uma remuneração defasada. O hospital encerrou o ano de 2012 com um prejuízo de R$ 14,4 milhões, revertendo o lucro de R$ 23 milhões de 2011.
O grupo hospitalar investe fortemente na melhoria da estrutura para atrair mais pacientes de planos de saúde e cobrir perdas através dessa receita. Cerca de 65% dos atendimentos médicos realizados na Beneficência são pelo SUS. No entanto, esses procedimentos representam apenas 20% do faturamento, que somou R$ 663,2 milhões em 2012. Os outros 80% vêm de pacientes de planos de saúde e de atendimento particular. Outra ação para cobrir o prejuízo está no São José, hospital premium que pertence ao grupo, criado em 2007, e cujos ganhos são repassados para a Beneficência Portuguesa.
*As informações são do Valor Econômico.
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