Os hospitais filantrópicos da Bahia foram responsáveis por 50% do atendimento dos atendimentos do Sistema Único de Saúde (SUS) na Bahia. Em 2011, os filantrópicos realizaram, por exemplo, 83% das cirurgias oncológicas. Os dados são do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES).
No estado, as instituições hospitalares filantrópicas foram responsáveis por 78% das cirurgias de visão, 45% dos transplantes e das cirurgias do aparelho respiratório e 44% das cirurgias das vias aéreas superiores, face, cabeça e pescoço.
O presidente da Federação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas do Estado da Bahia (FESFBA), Mauricio Dias, afirmou que, apesar da crise que o setor enfrenta, em razão do subfinanciamento do SUS, em quase todos os estados o setor filantrópico de saúde ocupa o primeiro lugar no ranking da produção hospitalar por natureza.
Crise - O setor tem passado por dificuldades em todo o país e também na Bahia. Por causa do arrocho financeiro e do subfinanciamento do SUS, 14 unidades já fecharam as portas no estado.
O setor de filantrópicos emprega cerca de 150 mil pessoas no Brasil, mas o repasse que o SUS faz é menor do que os custos das instituições. O custo dos serviços oferecidos é de R$ 14 bilhões por ano, mas o governo paga apenas R$ 9 bilhões. O déficit é de R$5 bilhões, ou seja, para cada R$100 de serviços prestados o SUS paga entre 50 e 60%.
“Somos o SUS e, como tal, merecemos os mesmos incentivos aplicados à rede pública, para subvencionar um déficit de remuneração que precisaria de 100% de reajuste. As isenções de cotas patronais, tão alegadas, compensam apenas 10% do déficit”, disse Dias.