Mais de mil fábricas de produtos médicos e hospitalares aguardam vistoria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para começar a exportar para o Brasil, divulgou a coluna “Mercado Aberto”, da Folha de S. Paulo. Entre os materiais e equipamentos na fila estão produtos como próteses, luvas cirúrgicas, máquinas tecnológicas e seringas.
O atraso na vistoria ficou maior depois que uma resolução entrou em vigor há dois anos, determinando que as plantas de empresas com contratos de exportação de produtos para o Brasil necessitem de um certificado de boas práticas de fabricação.
Na inspeção, a Anvisa verifica procedimentos de produção como testes de controle de qualidade. A demora chega a três anos em alguns casos.
Em entrevista ao jornal, Bruno Reis, executivo da Anvisa, disse que a questão não é apenas burocrática. "A medida foi adotada por questão de risco à saúde pública. Para que possamos avaliar que tipo de produto está sendo exportado para o país", afirmou.
Entre as alternativas estudadas pela agência para diminuir a demora estão métodos para aperfeiçoar as visitas, capacitação de funcionários e reconhecimento das aprovações de agências estrangeiras.
Para Carlos Goulart, da Abimed (Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Equipamentos, Produtos e Suprimentos Médico-Hospitalares), a demora é prejudicial. "Imagine se uma empresa estrangeira vai vir, investir, e esperar quase quatro anos sem conseguir importar, sem emitir uma nota fiscal", disse.