IBGE: Percentual da população com plano de saúde aumenta 24,7%
Segundo o relatório, que analisou dados da ANS, cobertura de planos no país está concentrada com 64% na região Sudeste
Da redação
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou na sexta-feira (29) o relatório em que avalia os indicadores sociais relacionados à saúde brasileira de 2013. O estudo revela que o percentual da população com plano de saúde aumentou 24,7%. As informações são do G1, IBGE e Agência Brasil.
O relatório, que analisou dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar, estima também que a cobertura de plano de saúde no está concentrada regionalmente, com 64% dos planos no Sudeste, em 2012. Em 2002, a proporção era 17,9%.
Os estados com maior cobertura são: São Paulo, com 43,6%; Rio de Janeiro, com 36,6%; e Espírito Santo, com 32,6%. Em contrapartida, apresentam a menor cobertura os estados das regiões Norte e Nordeste, como Piauí (7,4%), Tocantins (7,0%), Maranhão (6,6%), Roraima (6,6%) e Acre (5,6%).
Proporção de médicos por habitante - O IBGE também destaca que faltam médicos no país como um todo, mas a desigualdade regional também é muito acentuada. Enquanto o Ministério da Saúde recomenda a proporção de 2,5 médicos por mil habitantes, a média brasileira está em 1,95, variando de 0,98 na Região Norte a 2,61 no Sudeste. Os dados, de 2011, são do Conselho Federal de Medicina.
Quanto aos investimentos, o IBGE identifica um direcionamento de recursos para a atenção básica. Em 2002, 17,4% da população eram cobertos por equipes da Saúde da Família, índice que subiu para 54,8% em 2012, distribuídos por 5.297 municípios.
O estudo também destaca diminuição dos indicadores de mortalidade infantil e materna, além do aumento dos índices de tratamento da aids e de capilaridade da atenção básica. Por outro lado, o IBGE alerta para a falta de avanços para proporcionar mais qualidade de vida relativa ao envelhecimento e de pesquisas para tratar doenças que ainda têm alta incidência no país, como a malária.
Gastos com saúde - De acordo com o IBGE, o desafio do país é chegar a um sistema “de cobertura universal e atendimento integral”, já que mais da metade (56,3%) das despesas em saúde vêm das famílias, com o consumo final de bens e serviços, enquanto 43,7% vêm de gastos públicos.
Nos países da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) a parte de gastos públicos é de 70%. Segundo o relatório, a ampliação dos gastos públicos em saúde se mostra um elemento chave para o financiamento atual e futuro do sistema de saúde brasileiro.
O IBGE também divulgou que, de acordo com a Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008/2009, os gastos com saúde representaram 7,2% do total das famílias. Desta parcela, 48,6% foram destinados a compra de medicamentos, seguido por plano de saúde (29,8%) e consulta e tratamento dentário (4,7%).
As famílias de menor renda gastam mais com exames (5,1%) e consultas médicas (4,4%) do que as de maior renda. Também têm menor acesso a planos de saúde, o que na avaliação do IBGE, "pode refletir em carências de cobertura do SUS nesses serviços".
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