Um robô de alta precisão, que realiza cirurgias de tumores urológicos, ginecológicos, de cabeça e pescoço e nos sistemas digestivos, é a nova aquisição do Hospital de Câncer de Barretos. O aparelho, comprado nos Estados Unidos, possui capacidade para fazer cerca de 1.400 operações por mês via Sistema Único de Saúde (SUS).
O investimento foi possível graças a uma doação de R$ 5 milhões por parte da Cutrale, umas das gigantes da citricultura do Brasil. Atualmente, robôs desse tipo são usados em três instituições particulares da capital paulista: Albert Einstein, Sírio-Libanês e Oswaldo Cruz.
Além de oferecer atendimento gratuito, a instituição de saúde é conhecida por manter boa parte de sua estrutura com doações de artistas e do setor privado. E o novo salto tecnológico também virá por aportes particulares. A meta é chegar a 600 procedimentos por ano. "Podemos nos tornar referência na América Latina nesse tipo de cirurgia porque o volume de casos atendidos em Barretos é muito grande", afirmou Henrique Prata, administrador do hospital.
Como o SUS não remunera cirurgias robóticas, segundo Prata, o custeio dos procedimentos virá de outras fontes tradicionais do hospital, como leilões de gado e ações beneficentes. A própria Festa do Peão de Barretos, por exemplo, reverte parte de sua renda ao complexo de saúde local.
A manutenção da máquina (US$ 300 mil anuais) será bancada durante cinco anos por Eunice Diniz, colaboradora da instituição. O Instituto do Câncer do Estado de São Paulo Octavio Frias de Oliveira (Icesp) anunciou na semana passada que realizará cirurgias com robô até o final deste ano, mas com R$ 8 milhões do governo federal.
As informações são da Folha de São Paulo.