Consultor e autor do blog Clínica de Marketing Digital, o paulista Sílvio Tanabe atua em parceria com a Magoweb, empresa especializada no desenvolvimento de soluções para internet para pequenas e médias empresas. Tanabe falou à Diagnóstico sobre o uso das redes sociais no setor médico-hospitalar.
Revista Diagnóstico - Do ponto de vista estratégico, o que o uso das novas mídias agrega às ferramentas tradicionais?
Silvio Tanabe - O trabalho com as redes sociais deve sempre ser visto não apenas como uma forma de promoção, mas como um espaço de interação entre instituições e seus públicos-alvo (pacientes, familiares e até mesmo os profissionais de saúde). No entanto, as atuações online e off-line devem estar integradas. Não adianta o hospital “X” fazer um anúncio na TV falando sobre as suas maravilhosas instalações se, ao entrarmos no Facebook, encontramos páginas “Odeio o hospital X”. Fica clara a importância de se monitorar o que se fala sobre a empresa nas redes sociais, de modo que seja possível tomar as providências necessárias.
Diagnóstico - Os hospitais e clínicas podem ser alvo de críticas nas redes sociais?
Tanabe - Clientes insatisfeitos podem gerar verdadeiras crises de imagem. Imagine uma pessoa que considera que o hospital foi negligente no tratamento de seu familiar e resolve postar um vídeo no You Tube para reclamar.
Diagnóstico - É preciso ser uma grande empresa para se lançar nas redes sociais?
Tanabe - Essa atuação não depende do porte da empresa. O que é preciso é ter um planejamento prévio. O primeiro passo é identificar quem são os públicos de interesse e onde eles se concentram. Se for identificado que a maioria das pessoas interessadas em algum tratamento possui uma comunidade no Orkut, por exemplo, é importante atuar nessa rede fornecendo orientações.
Diagnóstico - De que forma os médicos e profissionais do setor devem ser envolvidos nesse processo?
Tanabe - Em primeiro lugar, é preciso conscientizá-los da importância das redes sociais como canal de
relacionamento não só com os pacientes, mas com o público em geral. Facebook e Twitter, por exemplo, não são apenas “coisas de adolescentes e gente desocupada”, mas ferramentas que podem auxiliar esses profissionais no seu trabalho de orientação, divulgação, comunicação e interação com as pessoas. Afinal, independentemente de se querer ou não, elas podem estar falando bem ou mal do seu hospital ou da sua clínica neste exato momento.
Diagnóstico - O mercado já diferencia as empresas que se posicionam nas redes sociais?
Tanabe - No segmento de bens de consumo isso já é uma realidade, mas varia de acordo com o perfil de produto e público. Por isso é difícil generalizar ou entrar no campo dos hospitais e clínicas. Mas posso dizer que atuar nas redes sociais pode se constituir em um forte diferencial para o segmento devido ao interesse do público em ter mais informações e orientações sobre tratamentos, opinião de profissionais, etc.