Com a proposta de reduzir erros médicos, clínicas e hospitais têm destinado grande volume de recursos à disponibilização de computadores, smartphones e outros dispositivos eletrônicos para suas equipes terem acesso instantâneo aos dados do paciente, informações sobre medicamentos e estudos de caso. A solução, no entanto, vem apresentando como efeito colateral a distração de médicos e enfermeiros mesmo em situações críticas. As informações são do periódico norte-americano The New York Times.
Pesquisa publicada pela Perfusion, publicação especializada em cirurgia de bypass cardio-pulmonar, aponta que 55% dos profissionais admitem ter falado ao celular ou enviado mensagens de texto durante os procedimentos cirúrgicos. Do total de 439 entrevistados, cerca de 40% acredita que falar ao telefone durante a cirurgia é uma prática insegura e metade afirmou o mesmo sobre mensagens de texto. Os autores do estudo concluíram que “tais distrações tem potencial desastroso”.
“Você justifica o uso de dispositivos ao redor do hospital para fazer os registros médicos”, afirma Peter J. Papadakos, anestesiologista e Diretor de Cuidados Intensivos na University of Rochester Medical Center, em Nova York. “Mas você pode navegar na Internet, e às vezes, por qualquer motivo, o Facebook pode ser mais tentador”.
Para combater a distração, alguns hospitais começaram a limitar o uso de dispositivos em ambientes de cuidado intensivo, enquanto as escolas começaram a lembrar aos estudantes de medicina para se concentrar em pacientes em vez de gadgets.
“Os dispositivos têm uma grande capacidade de reduzir o risco”, destaca Charles G. Prober, decano de educação médica da Stanford Medical School. “Mas a última coisa que queremos ver, é o que está acontecendo em alguns casos, o computador se colocar entre o paciente e o seu médico”, finaliza.
*Com tradução de Danielle Villela.